31 janeiro, 2009

A crise na janela - José Sarney

Baía de São Marcos em São Luís
Independentemente de qualquer outra questão, admiro quem sabe escrever... Entretanto, sei que quem sabe escrever está longe..., muito longe de saber tudo e de ter sempre razão. O SER LETRADO sempre estará abaixo do SER... SEMPRE! Deixo aqui, portanto, uma homenagem a minha avó - que feneceu aos noventa e seis anos "analfabeta e pouco letrada". Uma das mulheres mais inteligentes, sábias e honradas que conheci. Minha fascinação por ela se dá por um único e especial motivo: ela me ensinou - sem dizer nada - a, de fato, fazer o bem sem olhar a quem [não digo que aprendi, longe disso!!! Preciso - sempre - voltar às "lições de casa". Esforçada, eu sou!...

Bem, se o leitor amigo acha que isso nada tem a ver com política, se engana!! É tudo o que falta!! Falta fazer o bem [comum] sem olhar a quem [não apenas aos amigos e parentes; tampouco a si próprio!].
Ah... eu amo e odeio política!!! Amo e odeio o discurso!! Amo e odeio a palavra [humana] escrita ou falada!! Posto ser arma perigosa - pode levar ao óbito por assassinato ou suicídio...
Ah, Sêneca... Ah, Senado... Ah, Sarney...

O post abaixo é uma reedição.
Taninha Nascimento [21.07.09]

Oi, amigos... Crise é uma assunto "velho" e o artigo do início do ano, mas achei que Sarney se colocou de maneira poética e trouxe informações interessantes que passam desapercebidas. Por isso , a postagem. Beijos e, aproveito para agradecer aos amigos as palavras de conforto e carinho. Eu estou "bem"...
Muito obrigada.
Taninha
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Ano novo, dores de cabeça novas. Vim passar o Natal e o fim de ano em São Luís. Minha casa tem uma vista para o mar, de frente para a baía de São Marcos, onde ficam fundeados os navios que vão para o porto da Madeira, da Vale do Rio Doce, ou Itaqui, terminal de carga geral.
Um dos meus hábitos, ao levantar, sempre foi contar os navios fundeados. Chegaram a mais de 30, e nos davam euforia pelo desenvolvimento do Estado. São Luís é hoje o segundo porto do Brasil, pois, com sua posição estratégica e profundidade, pode receber navios de qualquer tonelagem. Agora, abro a janela e vejo, em vez dos 30 navios, apenas um solitário barco envolto na bruma de sal que levantam do mar os ventos alísios ainda presentes neste dezembro sem chuvas.
Meu neto, vendo-me com os cotovelos na janela, olhar distante, me perguntou o que observava. Respondi: “Uma coisa de que muito se fala, mas nunca tinha visto: a crise.”
Ela fez o porto parar e os navios desaparecerem. Pelo Maranhão, exportamos mais de 110 milhões de toneladas de minério de ferro in natura e em pelotas, alumina e alumínio, além de soja, milho, óleos vegetais refinados, arroz e babaçu. É o terceiro saldo de exportação da região, a contribuir para os bons números de nossa balança comercial.
Para que esse volume seja movimentado, há um apoio logístico de estradas de ferro, dezenas de comboios imensos de 200 vagões rodando dia e noite, milhares de operários, lavra, energia e estradas.O Estado do Maranhão tem hoje a melhor infraestrutura da Região Nordeste, com a maior fábrica de alumínio do mundo, da Alcoa, e três importantes estradas de ferro: a de São Luís a Teresina, no Piauí, de 450km; a que vai a Carajás, no Pará, de 860km; e a Norte-Sul, que atravessa todo o Maranhão e passa para o Estado do Tocantins, até Araguaína.
Foi preciso vir aqui para ver pela janela aquilo que os economistas viram: a crise. Devemos vigiá-los e fiscalizar os remédios que eles prescrevem. Se falharem, eles que treinem o corpo para ter agilidade parecida com a do Bush, a esquivar-se dos sapatos no Iraque.Melhor Cinderela com seu sapatinho encantado. O príncipe, todos acham que se chama Barack Obama.
Ah! Meus navios, quando voltarão?





Jornal do Brasil (RJ) 02/01/2009

30 janeiro, 2009

Está explicado...

Fundef e Fundeb
Ex-prefeito do PI é preso pela PF por fraude na educação
Publicada em 29/01/2009 às 17h27

Efrém Ribeiro



TERESINA - A Polícia Federal (PF) do Piauí deflagrou nesta quinta-feira a Operação Harpia, em Cocal (268 km de Teresina), na região norte do Piauí, e prendeu políticos locais. O superintendente regional da PF do Piauí, Nelson Estevam de Andrade, informou que a operação consistiu em buscas em sete endereços diferentes de Cocal, além das prisões preventivas do ex-prefeito do município José Maria Monção e de seu ex-assessor Francisco Tadeu.
Segundo Andrade, as diligências estão relacionadas a uma apuração criminal sobre desvio de verbas públicas nas áreas de educação, sobre a a qual foi decretado segredo de justiça.
A investigação, solicitada pela Procuradoria da República no Piauí, apura desvio de cerca de R$ 2,6 milhões do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) e Fundef (Fundo de Desenvolvimento de Educação Fundamental e Valorização do Magistério) quando era prefeito de Cocal, cargo do qual foi afastado pela Justiça Federal no ano passado por determinação da Justiça Federal, antes do fim de seu mandato.
As buscas domiciliares e as prisões preventivas e temporárias de José Maria Monção e Francisco Tadeu foram autorizadas pelo desembargador Mário César Ribeiro do Tribunal Regional Federal da 1 ª Região, em Brasília.
Os presos foram conduzidos para a Superintendência Regional da Polícia Federal, em Teresina, e serão transferidos para presídios comuns.
Mais de 262 funcionários da Prefeitura de Cocal foram ouvidos pela Polícia Federal. Os depoimentos fazem parte do inquérito policial que investiga o desvio de R$ 2,6 milhões do Fundeb e Fundef.
Continue a leitura em:http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/01/29/ex-prefeito-do-pi-preso-pela-pf-por-fraude-na-educacao-754195847.asp

23 janeiro, 2009

Machado em Roma

Os Acadêmicos Marcos Vinícios Vilaça, Ivan Junqueira e Moacyr Scliar estão em Roma, onde falam, no Palazzo Doria Pamphili - sede da embaixada do Brasil - sobre a obra de Machado de Assis. À mesa também estarão os italianos Giulia Lanciani e Vicenzo Arsillo, entre outros.
O encontro é coordenado pelo presidente da Academia Brasileira de Letras, Cícero Sandroni, e pelo embaixador do Brasil na Itália, Adhemar Bahadian.
15/01/2009



Fonte: ABL

Uma nova educação média


Arnaldo Niskier


No caso, não se pode acusar o MEC de inércia. Está propondo uma série de modificações substanciais para a implantação de um novo modelo de ensino médio. O sistema cansou de tentativas inúteis, como as que marcaram o período FHC. Nunca foi tão oportuna a lembrança do comentário do educador Anísio Teixeira: "No Brasil, o ensino médio é órfão".
Hoje, as idéias são mais claras. Deseja-se uma espécie de ensino médio nacional – e para isso o governo criou a Lei nº 11.892, de 29 de dezembro do ano passado. Instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, com os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (são 38 deles, com 311 campi no país).
Atuarão no ensino médio integrado ao técnico (50% das vagas), licenciaturas (20%) e cursos superiores de tecnologia ou bacharelados tecnológicos (30%), podendo ainda disponibilizar especializações, mestrados e doutorados profissionais. A ascensão ao nível superior tornou-se mais natural.
À primeira vista, o observador fica meio confuso, sem saber exatamente o que é ensino médio ou o que pertencerá ao 3º grau, mas entendemos que se trata de uma questão de tempo, para a adaptação devida. Há dois aspectos a se considerar, de imediato: em primeiro lugar, a autonomia estadual dos currículos de EM, que é um dispositivo de lei; em segundo lugar, o que é mais complicado, como se fará a distribuição de recursos. O próprio ministro Fernando Haddad calculou que o modelo só funcionaria com a média de gasto por aluno superior a R$ 2 mil (hoje, a média é de R$ 1,4 mil). De onde sairia a diferença?
Deseja-se mudar o modelo federativo, o que exigiria mexidas constitucionais, mas estariam os estados dispostos a assumir mais esses encargos? O MEC teria condições de suprir os estados de acordo com as suas necessidades financeiras? É bonito pensar em regime de cooperação, mas isso não pode representar uma utopia inexeqüível. Seria mais um sonho frustrante.
É admirável o intuito de quebrar a barreira entre o ensino geral e o ensino técnico, para aproximá-los do mercado de trabalho. Mas isso requer tempo e recursos. De toda forma, fazer com que os Institutos Federais de Educação Tecnológica (Ifets), centros de excelência profissionalizantes, sejam o modelo a ser expandido é uma boa idéia, para começar a ser implementada ainda em 2009. Sendo instituições de Educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na oferta de Educação profissional e tecnológica, nas diferentes modalidades de ensino, equiparadas por lei às 58 universidades federais, poderão representar uma revolução na condução dos destinos da Educação brasileira. Esse hipotético "ensino médio nacional" deverá se basear numa grande mudança curricular, para o que seria essencial que o MEC e os governos estaduais operassem em perfeita harmonia, sem a mesquinharia da interferência político-partidária. O modelo, que se encaixará no Plano Nacional de Educação, deverá representar uma considerável expansão de matrículas (o que é muito necessário, hoje), além de tornar a Educação média mais atraente e de qualidade para os jovens brasileiros. Há 2 milhões deles fora do ciclo Escolar, muitos talvez por absoluta desmotivação.


Jornal do Brasil (RJ) 18/01/2009

22 janeiro, 2009

A PRODUÇÃO DE TEXTO NA ESCOLA
















Prof. Jayme Ferreira Bueno



Como docente em cursos de Letras, tive a oportunidade de acompanhar em sala de aula a produção de texto, desde os mais simples aos mais complexos. O que se observa é a extrema dificuldade que todos nós, alunos e professores, temos quando nos propomos a redigir um texto.
Esta dificuldade, ao menos em parte, deve-se principalmente à ausência de tradição no ensino do país de práticas docentes que levem a essa produção de textos. Só atualmente, por iniciativa de alguns professores isoladamente ou na proposta de alguns cursos específicos procura-se romper essa situação e suprir tal deficiência.
A escola não tendo oferecido aos estudantes dos níveis anteriores ao ensino superior as técnicas e a oportunidade de produzir textos, não proporciona as condições necessárias de conhecimento e de incentivo para uma prática que deveria ser comum na vida universitária, a produção de um texto de relativa qualidade. Entende-se por texto com razoável qualidade aquele que se apresenta com as características de legibilidade fluente e atrativa e de entendimento claro. A coesão e a coerência são fundamentais para a organização de um bom texto.
Uma proposta de trabalho pode ser analisar textos produzidos inicialmente sem orientação do professor Numa segunda fase, esses textos seriam refeitos pelo aluno após a intervenção docente. Assim, poderia conseguir-se um texto que apresentasse evolução qualitativa quanto à estruturação.
Proposta como a apresentada poderá mostrar que o aluno que redige com conhecimento teórico dos principais elementos da lingüística textual e que recebe o acompanhamento de um docente especializado na teoria e na prática da produção de textos, poderá produzir um texto com melhor qualidade, aquele que se torna de leitura fluente e compreensível.
O texto que se busca com ações docentes como a relatada deve ser um texto que se diferencie daquele texto desestruturado que o estudante geralmente apresenta antes de ingressar no ensino superior. Geralmente os alunos redigem um texto ilegível e ilógico por completa falta de coesão e de coerência, como se lê em muitas redações dos vestibulares. Esse texto, por não apresentar coesão e coerência, não consegue sustentar-se como estrutura lingüística capaz de transmitir alguma informação ao leitor.
Textos assim estruturados geralmente reproduzem chavões, fórmulas feitas, um discurso preestabelecido. Nesse caso, pelo fato de o aluno não dominar as técnicas de produção de texto e de não ter informação sobre o que está redigindo, o texto soa falso e desligado da realidade.
Escrever é uma prática que depende de outra, que é ler. A leitura e a escrita se complementam numa relação de interdependência. Uma necessita da outra, apóia-se na outra. Na prática textual escolar, a partir, ao menos do ensino médio, o exercício de produção de texto devia sempre vir antecedido da leitura de bons textos. Só se pode comunicar aquilo que, primeiro, sabemos ou que passamos a saber por fontes de informação, como, por exemplo, com a leitura de bons textos.
Conclui-se, portanto, que a leitura e a escrita deveriam constituir práticas privilegiadas na escola do ensino médio e continuar a ser no ensino universitário, em especial nos cursos da área humanística. Portanto, a busca por bons textos na escola deve ser tarefa permanente.

04 janeiro, 2009

PRECARIZAÇÃO NO ENSINO :

Enquanto isso no Piauí...
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Educação no estado do Piauí tem déficit de 6 mil professores

As declarações do governador Wellington Dias (PT) e da secretária de administração Regina Sousa de que o Estado não realizará concursos públicos em 2009 vai de encontro a um sério problema na Secretaria de Educação.

Segundo Antônio José Medeiros, secretário daquela pasta, o Piauí tem um déficit de 6.350 professores, e estes cargos em vacância são ocupados por substitutos.

Essa precarização no ensino não poderá ser resolvida de imediato por conta das determinações de suspender quaisquer contratações no ano que chega.

Segundo informações, os Estados da Paraíba, Sergipe e Pernambuco estão em processo de seleção de professores para a rede estadual de ensino, mesmo com a previsão de uma crise financeira.

No Piauí, a determinação é exatamente outra: conter a folha de pagamento ao máximo possível.

"Por conta da crise internacional, vamos esperar até o final do próximo ano para realizar concurso público. Temos muita carência em professores de Física, Química, Matemática e educação artística, principalmente no interior do Estado", explica Antonio José Medeiros.

O secretário de educação afirma que para minimizar esse problema o Estado irá convocar aqueles profissionais que estão à disposição de outros órgãos e secretarias para voltarem às atividades de trabalho na Educação. "Não podemos aumentar a folha de pagamento sem saber os impactos da crise, e é uma determinação do governador", afirma.

Mas, segundo o secretário, a realização de concurso público parece inevitável naquela pasta, uma vez que são muitos os professores substitutos, e dentre as metas daquela pasta no próximo ano está a ampliação da rede de ensino técnico e profissionalizante.

Antônio José adianta que em 2009, cerca de R$ 30 milhões serão aplicados no ensino profissionalizante do Piauí através do programa federal "Brasil Profissionalizado". Serão 22 milhões para salas de aula e unidades de ensino e R$ 8 milhões em laboratórios.

"Vamos passar de 29 para 35 escolas profissionalizantes e melhorar os laboratórios que já temos e construir outros.

No que se refere às escolas de ensino médio vamos reformar 150 delas, e já estamos regularizando os terrenos para a construção de outras, é uma da metas de 2009", acrescenta Antônio José Medeiros.
DP
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Fonte: TV Canal 13, Brasil

:: Pais terá 38 novos institutos federais de educação este ano

Que boa notícia!!

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Em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado está abrindo 35 novos cursos profissionalizantes nas escolas estaduais em diversos municípios

Ao sancionar lei que cria 38 institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia, o presidente Lula disse que o desafio do país é fazer de 2009 o melhor ano da educação. Na educação profissional, o objetivo é chegar a 2010 com 354 escolas técnicas em funcionamento, 214 delas construídas em seu governo.
Em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado está abrindo 35 novos cursos profissionalizantes nas escolas estaduais em diversos municípios. Serão abertas mais de mil vagas em 2009. Em alguns locais, as inscrições estão abertas. Para as inscrições, é necessário acessar o site www.sed.ms.gov.br .
Com os institutos federais e os cursos profissionalizantes do governo do Estado, o país consolida ações para a educação profissional e amplia as oportunidades de educação a milhares de jovens e adultos em todos as unidades da Federação, disse o presidente. De acordo com Lula, o Brasil vive um momento importante na área de ciência e tecnologia e a educação profissional, qualificando mão-de-obra, dá lastro para o desenvolvimento econômico e social.
Os institutos, que se apóiam na infra-estrutura da rede de educação profissional existente, promovem mudanças não só pela ampliação dos campi, mas, principalmente, por aumentar as oportunidades de formação aos jovens. Até 2010, quando a expansão da educação profissional se completa, o país abrirá 500 mil vagas nas diferentes modalidades de ensino, da educação média integrada à formação superior em tecnologia.
Abrangência – Presentes nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal, os institutos iniciam as atividades com 168 campi. Em 2010, quando plenamente implantados, esse número chegará a 311. Nesse mesmo prazo, as vagas serão ampliadas de 215 mil para 500 mil.
A rede vai destinar metade das vagas para o ensino médio integrado à educação profissional; na educação superior destinará 30% das vagas aos cursos de engenharias e bacharelados tecnológicos; 20% das vagas para as licenciaturas em ciências da natureza (física, química, biologia e matemática); incentivará as licenciaturas com conteúdos específicos da educação profissional e tecnológica (mecânica, eletricidade e informática); na pesquisa e extensão vai estimular a busca de soluções técnicas e tecnológicas.
Os 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia foram criados a partir da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que é formada pelos centros federais de educação tecnológica (Cefets), escolas agrotécnicas federais e escolas técnicas vinculadas às universidades.

Fonte :
agencia brasil
Data :
2009-01-03