29 junho, 2009

ESTUDAR PRA BURRO


ESTUDAR... PARA QUÊ?

(Do FHC ao Lula: piora a cada ano)

A expressão: “Estudei pra burro”, normalmente utilizada por alunos que costumam estudar apenas e tão somente para conseguirem qualificação “B” nas avaliações, parece ser inerente ao atual sistema de ensino. Esse fato torna-se mais evidente, principalmente se os alunos que utilizam a referida expressão estiverem cursando o 2.º Grau. Eles não estudam para aprender, mas para serem enquadrados no sentido tácito da expressão “Estudei para (ser) burro”, pois parece ser esta a grande meta da política educacional nacional, que pleiteia resultados estatísticos e não a qualidade educacional e cultural do aprendiz.
No final de todo ano letivo, com certeza o governo apressa as diretorias e conselhos escolares para execução das tabelas e estatísticas que demonstram os altos índices de aprovação, exatamente para ter como justificar os grandes investimentos nas campanhas (propagandas seria o termo correto) efetuadas nos meios de comunicação por esse mesmo governo, mostrando aluninhos muito bem comportados, saboreando suculentas e balanceadas merendas, utilizando-se de uma chusma de livros didáticos “presenteados” pelo governo; os professores: todos dispostos, sorrindo à toa (deve ser pelo “salarião” que recebem).
Quem será que o nosso governo está querendo enganar? Por que os estudantes que não conseguem os índices mínimos de aprovação não podem voltar a cursar a mesma série? Qual a vantagem que desfrutará o pobre do cidadão que é promovido nos primeiros ciclos básicos sem base nenhuma? E o ensino profissionalizante? Qual o motivo de ainda estar tão ruim? Quando o FHC era o Presidente, na própria cartilha “Avança Brasil”, onde estavam expostas as diretrizes do seu governo, na página 133, podia-se ler:
(...). “A educação profissional, por sua vez, não pode ser concebida apenas como uma modalidade de ensino médio. Deve consistir na educação continuada para toda a população economicamente ativa, que precisa manter-se qualificada, readaptada e conservar elevados níveis de escolaridade. (...) A formação para o trabalho exige níveis cada vez mais altos de escolaridade, não mais se restringindo à aprendizagem de algumas habilidades técnicas.” (grifo meu).
Quer dizer que era apenas programa, projeto, ou algo para inglês ver? Mesmo agora com um Presidente petista, será que não entende que a educação profissional inadequada é a principal responsável pela exclusão do cidadão do mercado de trabalho? Qual será a situação futura (digamos: no final desta década) dos analfabetos diplomados no final do corrente ano?
Todos sabem que a educação não se restringe aos anos escolares e ao ambiente da escola formal. Mas o que estão fazendo para a melhoria do ensino formal? O sistema de ciclos e o da escola integrada ao meio são as soluções adequadas? O que estão fazendo para a qualificação dos professores de cada área pertinente ao ensino?
Muito se tem estudado, falado e escrito sobre o sistema de ensino. No país existem vários expertos no assunto. Programas espetaculares já foram divulgados nos meios educacionais. Mas, o que sempre prevalece é a vontade política e as idéias inócuas de secretários de governos quase nunca peritos. Fica sempre patente a vontade política de que o cidadão brasileiro deve contentar-se apenas em ser mais um diplomado, mesmo que analfabeto. A qualidade é a única que repete o ano, fica de “segunda época” (é coisa do passado), dependência ou retida, etc. O mais importante são as estatísticas onde figuram números, nem sempre confiáveis, do baixo nível de analfabetos e retidos. Ainda sem adentrar na problemática da evasão escolar. O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) mostra que atualmente 1,7 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos abandonaram as aulas e que aproximadamente 40% (é isso mesmo: “40%”) abandonaram por falta de vontade, puro desinteresse.
Cabem aqui alguns questionamentos:
- O governo está investindo para saber o real motivo desse alto índice da evasão escolar? Qual seria o real motivo da “falta de vontade e desinteresse” dos jovens brasileiros?
- E a evasão escolar que só no estado de São Paulo já chegou a 4,5%, ou seja, quase nove milhões de jovens, três vezes a população do Uruguai?
- Não está na hora de o governo investir na melhoria da gestão do sistema?
- Mas... E as avaliações sobre a qualidade do ensino, da qualidade dos aprendizes e da qualidade do magistério?
- Por que o governo não entra na sala de aula?
- Por que... Chega.
A esses questionamentos, quem poderá responder? – melhor: resolver? – melhor não seria: resolvê-los? Será que o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (SAEB), que é Nacional e, se é que ainda funciona, poderia responder (resolver) as deficiências do sistema de ensino? Bem... Acho que estou sendo injusto, pois os ex-participantes do SAEB deveriam ter recebido o Prêmio Nobel da Inteligência, pois descobriram e orgulhosamente divulgaram nos principais jornais do país que: “Sem professor qualificado, escola vai mal”.
Celso Furtado diria: “O nosso sistema de educação está indomado, espoliado, destruído, enquanto o europeu é planejado, cultivado e domado, vencido pela civilização”. Lá, professores e mestres participam do planejamento do sistema de ensino. Aqui são lançados nas arenas (escolas públicas) para serem devorados pelos leões (aqueles que mandam e desmandam na educação). Qual o motivo de o governo nunca ouvir o magistério durante os estudos para a reforma do ensino? Qual o motivo de o governo não investir na qualificação do magistério?
Lá, naseuropa, os alunos necessitam alcançar qualificação pré-estabelecida por área e por disciplina. Aqui, basta ir até as salas de aula, não esquecer de responder: “Presente, fessôra”, tirar xerocópias de alguns trabalhinhos, recortar algumas figuras de revistas e colar em cartolinas, copiar centenas de matérias do quadro verde para tornar-se: “Os Formandos”. Para onde irão os milhares desses “formandos” sem formação? Até quando continuaremos a ouvir: “O importante é o diploma... depois a gente se vira?”.
Bem, não existe coisa pior do que concluir qualquer artiguete com pergunta, mas é necessário:
- O que será da nossa sociedade de amanhã quando os atuais estudantes, que estudaram pra burro, começarem a operacionalizá-la? Iremos nos alimentar de alfafa? O meio de transporte coletivo mais rápido voltará a ser a carruagem? Os puxadores dessas carruagens serão aqueles que estudaram pra burro? Haverá necessidade de diploma para puxar carruagens? E...
- Como ficará o inocente do burro (estou me referindo ao animal) nessa história?

Luiz de Almeida

(A figura adicionada é montagem de outras encontradas na Internet. Caso seus autores não aceitem a postagem neste artigo, bastam enviar mensagem para que a montagem seja desfeita).

05 junho, 2009

Dia Mundial do Meio Ambiente
















Empresas com boas práticas ambientais poderão ser favorecidas em licitações públicas



As empresas que adotam práticas ambientalmente sustentáveis poderão utilizar a certificação correspondente para se beneficiar em licitações públicas. A Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) reúne-se na próxima terça-feira (9), a partir das 11h30, para deliberar sobre o projeto de lei (PLS 366/08) que inclui essa certificação entre os critérios de desempate em licitações públicas.
A matéria, de autoria do senador Expedito Júnior (PR-RO), recebeu parecer favorável com duas emendas da relatora, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). O PLS também tramita em caráter terminativo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Em sua justificação, Expedito alega que o objetivo da proposta é prestigiar as empresas que demonstram responsabilidade com a qualidade de vida das pessoas, ao contribuírem com a preservação do meio ambiente. Para isso, a certificação seria feita pelo órgão estatal competente, dando a condição de "empresa que adota práticas ambientalmente sustentáveis".
Marisa Serrano apresentou duas emendas que apenas corrigem incorreções na redação do PLS. A senadora assinalou em seu parecer que diversos países adotam normas que estabelecem critérios para aquisições, pelo poder público, de bens e serviços ambientalmente sustentáveis. Ela observou que, como regra geral, o estado tem a obrigação de zelar pelo bem comum e pelo patrimônio da coletividade, incluído o meio ambiente.
- No Brasil, constitui mandamento constitucional. Com grande demanda por serviços e produtos, o poder público tem um importante papel indutor a desempenhar - frisou.
Além disso, a senadora disse que o alcance de poder de compra do estado é potencialmente responsável pelo estabelecimento de novos padrões de mercado, ao ampliar a demanda de produtos ambientalmente corretos e tornar viável para as empresas a oferta de bens e serviços considerados compatíveis como conceito de desenvolvimento sustentável.
- Deve-se levar em conta também os inúmeros casos em que a busca do menor preço de bens e serviços, especialmente quando realizada sem levar em conta potenciais efeitos ambientais a eles associados, pode revelar-se econômica e financeiramente condenável, se consideradas as externalidades negativas e os custos da reparação de danos ambientais eventualmente provocados.
Ricardo Icassatti / Agência Senado



*****


Paim defende conservação da Amazônia em Dia Mundial do Meio Ambiente


O Dia Mundial do Meio Ambiente levou o senador Paulo Paim (PT-RS) a lançar, nesta sexta-feira (5), em Plenário, um alerta pela preservação da natureza. O parlamentar fez uma defesa apaixonada da conservação da Amazônia, ressaltando estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 2003, que analisa índices de derrubada da floresta. Conforme o senador, o estudo conclui que, mantidas as taxas de desmatamento atuais, 31% da mata estará destruída e 24% degradada até 2023, o que transformará a Amazônia em um grande cerrado até o final do século.
- O Inpe anunciou recentemente que o desmatamento na Amazônia no mês de abril foi de 1.123 quilômetros quadrados e entre agosto de 2007 a abril de 2008 foi de 5.850 quilômetros quadrados - assinalou.
A demanda por alimentos no mundo e o comércio ilegal de madeiras nobres foram identificados por Paim como principais impulsos à devastação na região. O fato de a Amazônia concentrar um quinto da água doce do planeta, reunir de 100 a 300 diferentes espécies de árvores por hectare e abrigar cerca de três mil espécies de peixes em seus rios, conforme relatou Paim, seria mais do que suficiente para exigir pressa na contenção desse desmatamento.
Ao mesmo tempo em que clamou pela conservação da biodiversidade amazônica, Paim destacou ações governamentais com esse objetivo. Assim, citou a criação de um grupo de trabalho para formatar o Fundo de Preservação da Amazônia e a realização do zoneamento econômico e ecológico da região em 2009. E na mesma perspectiva de defesa desse patrimônio natural, listou proposições de sua autoria em tramitação no Senado e na Câmara.
Nesse rol está proposta de emenda à Constituição (PEC 23/08) que exige o aval do Senado para as operações de compra e arrendamento de propriedades rurais na Amazônia Legal. Segundo explicou Paim, sua intenção com a matéria é ampliar a fiscalização do Estado sobre a aquisição por estrangeiros de terras na região, além de determinar o confisco de glebas rurais onde se constate desmatamento ilegal.
Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) reivindicou um debate racional sobre a situação da Amazônia, que leve em conta uma posição de equilíbrio entre a conservação do meio ambiente e as necessidades do ser humano. Na sua avaliação, equívocos e exageros cometidos ao se retratar a realidade da região estariam contribuindo para inibir qualquer atividade de exploração na área.
O senador José Nery (PSOL-PA) ponderou que o desenvolvimento econômico não deve perder de vista a sintonia com o meio ambiente. E lamentou: "parece não nos comover as catástrofes ambientais em todas as partes do mundo. A ganância não pode passar por cima do direito à vida".
Da Redação / Agência Senado

Certa Primavera, in-certa Praça ...



Ontem, há exatos vinte anos, em Pequim, um massacre bárbaro - chamado de "insidente político" ocorreu.

Sonhando e lutando corajosamente, a ponto de não temer pesado exército com armas e canhões, cerca de 400 a 2 mil estudantes entre outros manifestantes morreram. Era o fim de sete semanas de protestos - noite de 3 e madrugada de 4 duma primavera de junho.

Interessante também o nome exército: Exército de Libertação Popular. E, a ordem para promover o "insidente, veio do Governo chinês; especificamente das facções mais conservadoras.

Eu acho muito interessante - no pior sentido da palavra - tantos paradoxos em relação às verdades e aos termos empregados a elas, como também o esforço em apagá-las da memória do povo.

Naquela Praça da Paz Celestial o Exército de Libertação Popular em nome do governo da República Popular da China, promoveu um massacre a estudantes, trabalhadores e ainda, intelectuais - desarmados - que manifestavam seu protesto numa caminhada silenciosa e pacífica - num grito mudo de "guerra de bandeiras brancas" mantendo a "calma no desespero" -, dentro de uma sociedade liderada por um Partido Comunista que era perfeitamente entendido pelos manifestantes - mais ou menos cem mil - como repressivo em desasia e corrupto. Os trabalhadores ali, também lutavam contra a inflação e o desemprego, pois em suas lentas reformas econômicas, a China, não mudava em nada o quadro de vida do povo.

A morte de Hu Yaobang, fora o estopim para o início dos protestos.

Naquela Praça uma "estátua da liberdade", de gesso, foi erguida como tentativa de mostrar ao governo o desejo urgente do povo pela justiça social e democracia.
Na Praça da Paz Celestial, há muitos monumentos que contam a história da China através dos séculos, entretanto o sonho da democracia foi - mesmo - engessado ao derrubarem, imediatamente, a estátua erguida pelos manifestantes.

O povo chinês teve e tem ainda pouco conhecimento do que se deu. Tentaram - e ainda tentam - impedir a imprensa de divulgar a verdade dos acontecimentos daquela noite e madrugada. A comunidade internacional condenou a República Popular da China pela repressão do protesto. O que de nada, me parece, adiantou.

Após vinte anos, as coisas não mudaram muito por lá. O bloqueio ao acesso à internet que normalmente acontece foi ainda mais intensificado nesses últimos dias. Só em Hong Kong é permitido mencionar sobre o incidente de 1989, com manisfestações de apoio às vítimas, inclusive greves de fome e a tradicional vigília, pois lá as leis são diferentes do resto da China.

Então, a China, para mim, é absurdamente contraditória em suas falas e valores em prol de sua política interna e externa. Grande Potência que vem se destacando no cenário mundial como quem "ao longo de 30 anos de reforma e abertura, foi testemunha de um progresso econômico e social", segundo o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês, Qin Gang.

Acontece que ainda existem presos detidos por terem participado dos protestos de 1989. Muitos perderam também seus empregos e ficaram para sempre marcados.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, foi duramente criticada como quem lança "acusações sem fundamento" contra a China ao falar sobre esse assunto em comunicado. "Sem fundamento", é ótimo...

Torço para que a China realmente seja , um dia, o que nos pareceu ser na abertura das Olímpíadas de Pequim... Você lembra? Torço, principalmente, pela juventude de lá. Para que possam fazer valer os sonhos daqueles que foram mortos e torturados dentro de uma política que se diz comunista e, acaba por mostrar ao mundo o quanto não prima por seus valores mais genuínos que deveriam alicerçar sua prática e não distorcê-la numa tirania absurda e perigosa que vem sendo exercida no decorrer dos tempos.

Que aquele "rebelde desconhecido" - que muito provavelmente não só foi preso como também assassinado - seja sempre lembrado e que canhões ou armas quaisquer, não passem mais por cima de pessoas completamente desarmadas - que sonham e lutam por justiça social e prática da democracia -; nem na China e nem no resto do mundo. Que essa vergonha não se repita.

Ora, sonhar não é proibido...



Por Tania Nascimento